21 de março de 2016

Dia 21 de março - Dia da Sindrome de Down



Um abraço mais especial a todos os meus pequenos do consultório que gostam tanto de beijos, abraços, cheiros e cafunés!

4 de março de 2016

Mediação na escola: Até quando? (Reflexão)

A mediação de crianças autistas é uma necessidade! Mas até que ponto?

Uma coisa que muita gente esquece, é que a mediadora deve trabalhar para que um dia a criança não precise mais dela. Isso significa que a mediadora não é uma ajuda-de-todos-os-dias, ela é uma ponte, uma bengala a ser utilizada enquanto for preciso.

Vamos fazer uma analogia:
Se vc quebrar a perna, vc vai precisar caminhar com uma bengala para chegar aos lugares que vc deseja.
Se vc se negar a usar a bengala, irá sobrecarregar sua perna, e isso vai atrapalhar a sua reabilitação... Imagine só como seria difícil subir um degrau! Seria necessário uma rampa para facilitar... Mas a verdade é que nem sempre elas estão disponíveis.
Então, paralelamente à bengala, vc vai fazer exercícios para superar suas dificuldades, uma fisioterapia por exemplo, para trabalhar a força dos músculos, o domínio do movimento, a superação!
Vc não deve deixar de usar a bengala pois ela permite que vc vá mais longe, dê mais passos. Mas tome cuidado, vc não deve usá-la para sempre e se acomodar a ponto de desperdiçar sua capacidade de aprender caminhar sozinho.
A bengala é apenas um processo, ela faz parte do desafio maior que é caminhar com as próprias pernas.

Bom, agora,vamos comparar com as crianças com autismo e suas mediadoras:
A bengala representa a mediação e sem ela, a criança será exigida além de suas possibilidades. Isso pode gerar comportamentos disruptivos como consequência da sobrecarga social e de aprendizagem. A rampa, tão útil para quem usa uma bengala, representa muito bem o ambiente e principalmente as atividades adaptadas à criança. Infelizmente elas nem sempre estão disponíveis mas a mediadora pode trabalhar para construir esse acesso: acesso a linguagem, às relações e ao aprendizado. Basta que as atividades sejam concretas, bem orientadas e dentro do que a criança pode corresponder.
E a reabilitação? No caso da criança com autismo, elas fazem terapias. Esse apoio permite o direcionamento organizado dos estímulos, orientação e planejamento. É preciso ter uma equipe com fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, família e escola como base e norte. Também é uma superação!

E quando deixar de usar a bengala?
Se vc continuar usando a bengala para tudo, vai ser difícil começar a andar com autonomia... Vc vai acabar dependente dela e não se arriscando a fazer sozinho. O mesmo serve para a mediadora. Se a criança tiver uma mediadora que não trabalha para a ela aprender, ela nunca fará sozinha, pois sempre poderá contar com ajuda extra. Não podemos nos acomodar!

Então, para tomar a decisão de continuar ou não com a presença da mediadora/bengala, sugiro se perguntar:

1. Com a mediação/bengala eu posso dar mais passos do que sem ela?
A mediação faz com que a criança ande mais e melhor. E se o objetivo é melhorar, agarre-se a essa oportunidade. Cuidado para não descartar a mediação num momento crucial para a criança e começar a exigir demais dela. Retire-a quando houver segurança de que a criança caminha sozinha.

2. É seguro retirar a mediação/bengala?
Se você tem dúvidas, retire aos poucos.
Uma boa mediadora assume 3 posições até sair de cena. Ela começa a ficar na posição (1) de telespectadora do que a criança já sabe, (2) dando supervisão para o que ela ainda está aprendendo e finalmente na posição (3) atuando ativamente no que a criança ainda precisa aprender e melhorar. Com o aprendizado de um comportamento aqui e outro ali, aos poucos um pedaço da rotina inteira já será seguida com autonomia! Isso tudo é gradativo, exige persistência e foco.
Agora, se vc já tem a certeza de que a criança seguirá bem sozinha, é porque, na maioria do tempo, a mediadora está na posição de telespectadora, só curtindo o sucesso do seu trabalho! Acredite e banque sua decisão!
Mas se vc está na dúvida, não arrisque o tombo, não vale a pena! Neste caso, sugiro que retire a mediação/bengala aos poucos, apenas para alguns passos. Permita que a criança faça uma ou outra aula sem mediação, diminua a quantidade de dias ou carga horária da mediadora. Enfim, realize um desmame seguro e certeiro, que pode ser corrigido, caso necessário, com uma boa análise de quem convive com a criança (mediador, terapeutas, família e professor).

Lembre-se: Vc é apenas uma bengala, o mérito dos passos é da criança!!

Boa sorte!



2 de março de 2016

Dica da Fono — Perguntas

"Quando uma criança fizer uma pergunta para você, responda SEM repetir a pergunta dela como uma confirmação."

Essa orientação vale especialmente para autistas. Geralmente os familiares se surpreendem com a pergunta e confirmam sorrindo, assim quebram um pouco do diálogo e acabam fazendo uma ecolalia da pergunta da criança!
Mesmo que a pergunta da criança seja uma ecolalia, Responda dando sentido ao que ele fala. Só não vale responder se a criança ficar repetindo a mesma pergunta toda hora, neste caso diga apenas: já respondi.
Atenção, ok?