30 de janeiro de 2013

Prevenir é diferente de privar


Esta semana já falei algumas vezes sobre o mesmo assunto com pessoas diferentes no consultório e, por isso decidir compartilhar aqui com vocês.

 “Prevenir é diferente de privar”.

A frase é clara, mas a conduta da família nas situações é bem mais difícil.

Exemplo: 
A criança autista não gosta de bexigas e chora muito quando as vê. A família, numa tentativa de impedir o choro, deixa de ir em aniversários confraternizações e outros lugares que poderiam trazer tantas vivências para ela. Achando que estão prevenindo uma situação desconfortante, a família na verdade está se privando de vida social junto com a criança.

Este exemplo mostra um problema comum: diferenciar a prevenção da privação.
Numa tentativa de não deixar que a criança chore, a família retira da vida da criança tudo que pode causar tal desconforto e assim, diminuem a quantidade de estímulos, locais a que vão, pessoas que encontram e variedade de vivências. Se olharmos com cuidado, a família também se priva do convívio social que poderiam ter.

Quando somos expostos a estimulos diferentes e temos a chance de aprender um pouco com eles. Não há como aprender sobre algo que nunca é visto.

Devemos  entender que para fazer com  que a criança se acostume com coisas diferentes e saiba lidar com o que pode ser temporariamente desconfortável é preciso uma exposição lenta ao estímulo, até que tudo fique mais fácil e tolerável para a criança.

Converse com o profissional que atua com seu filho e programem cuidadosamente como essa exposição será feita, rumo ao aprendizado. Leve em consideração o que você já conhece sobre a criança e tenha objetivos de curto  e longo prazo. Tenha perseverança e siga com as estratégias traçadas de forma consistente.

Bom trabalho!