15 de novembro de 2011

Autistas ganham sistema de tecnologia assistiva

Inovação: Pesquisadores utilizam computador para configurar o meaVOX Nótícia no Diário do Vale (dia 14 de Novembro de 2011) Felippe Carotta Volta Redonda .................................................................... Com alguns toques na tela do celular, o autista monta uma frase, expressando suas emoções ou vontades, que são imediatamente pronunciadas, em voz alta, pelo aparelho. Parece até coisa de filme de ficção científica, mas não é. Trata-se do meaVOX - que significa "Minha voz" -, programa desenvolvido por pesquisadores da UFF (Universidade Federal Fluminense), do campus Aterrado, como parte do Adaca (Ambiente Digital de Aprendizagem para Crianças Autistas). A iniciativa é pioneira no Brasil e visa facilitar a comunicação do paciente com o mundo externo.A coordenadora do projeto, professora Vera Caminha, revelou que as atividades são financiadas pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A docente disse como surgiu o programa, que, vale repetir, é inédito no país.- O meaVOX nasceu a partir do Adaca, quando, no decorrer de nossas pesquisas, percebemos que poderíamos trabalhar também com algo que se relacionasse à comunicação dos autistas. Daí, a fonoaudióloga da equipe, Priscila Félix, deu a ideia de desenvolvermos uma ferramenta semelhante a que já existe nos Estados Unidos. Então, esse programa surgiu para ajudar a comunicação da criança autista não-verbal com pais, terapeutas e demais pessoas com quem ela se relacione - explicou. Desenvolvimento O físico Gustavo Vicente Furtado, professor da UFF (Aterrado), foi o responsável pelo desenvolvimento do software operacional do meaVOX.- O fundamento do meaVOX é uma plataforma open source (código aberto), ou seja, as ferramentas são livres e podem ser baixadas na internet. O principal mecanismo é o Java. A ideia é que o programa possa ser utilizado da forma mais fácil possível, visto que será operado por pessoas não iniciadas em computação. A ferramenta é composta por duas partes: o celular, que será manuseado pela criança autista, e o programa que roda no computador. Nele, é feita a configuração do software - apontou.Sobre o funcionamento do aplicativo, o especialista acrescentou mais informações:- O programa transforma o celular numa ferramenta de comunicação para a criança autista. As sentenças montadas pelo paciente são verbalizadas pelo aparelho. No visor, se localizam figuras que representam ideias, intenções e sentimentos, entre outros, que podem expressar o que o indivíduo está querendo ou sentindo. Por exemplo, pressionando o ícone "Eu quero", abrem-se várias opções de imagens que remetem a possíveis vontades, como brincar, comer, beber, ir a algum lugar etc. Assim, são articuladas frases pictográficas, que o celular pronuncia, em voz alta, para que os pais tenham acesso à manifestação do que a criança está pensando.Gustavo frisou, ainda, que o programa é adaptável ao nível de aprendizado de cada paciente.- Existe a possibilidade de configurar o software de acordo com a necessidade da criança. O mapa de opções proporciona a alternativa de pressionar apenas palavras "soltas", que não formam uma frase, mas, não deixam de expressar sentido. Respostas simples, como "sim", ou termos isolados, como "casa", são apresentados, levando em consideração as dificuldades de comunicação do autista - ressaltou. Auxílio no tratamento Para a fonoaudióloga Priscila Félix, que faz parte da equipe responsável pelo meaVOX, a iniciativa vai ajudar no tratamento de crianças autistas, visto que, segundo ela, os portadores da síndrome, em geral, tem afinidades com produtos tecnológicos.- A maioria das crianças com autismo gosta de lidar com computadores, celulares e outros aparelhos do ramo. Elas costumam ser familiarizadas com joguinhos e outras atividades, desempenhadas por meio da tecnologia. Esse é um ponto positivo - disse.A profissional destacou os benefícios que o programa vai trazer ao tratamento de crianças com autismo.- A ideia é que o celular esteja sempre por perto, sendo a voz do paciente na relação com seus pares. Esse sistema apresenta ao indivíduo um modelo esquematizado de comunicação adequada e isso é uma forma de aprimorar a expressão que a pessoa já desenvolve, além de facilitar o convívio com os outros - fomentou.

12 de novembro de 2011

Atividade para a noção de parágrafo

O parágrafo não é simples de ser entendido. A criança desenvolve esta percepção a partir de uma organização de idéias. Muitas crianças com distúrbios de leitura e escrita se "perdem" na hora de fazer esta divisão numa produção de texto.
Para facilitar a criança, diga a ela que o texto é como uma casa. A casa é dividida em cômodos e o texto é dividido em parágrafos. É como se cada cômodo da casa fosse uma parágrafo. Brinque com a criança dizendo que cada coisa tem o seu lugar na casa, e para escrever é a mesma coisa.... cada assunto tem o seu lugar no texto. O fogão fica na cozinha e não pode ficar no quarto!! Essa explicação é uma forma divertida e lúdica de introduzir o assunto "parágrafo" na criança.
Sugestão de atividade com os seguintes objetivos:
- noção de parágrafo na criança.
- percepção da ordem de acontecimento dos fatos.
- sequenciação coerrente.
- organização.
1. Conte uma história curta, e explore a história oralmente com a criança.
2. Pegue um fato da história e pergunte se ele aconteceu antes ou depois de outro.
Exemplo: A menina da história ficou gripada antes ou depois de conhecer o coelho peralta?
3. pegue uma folha em branco e divida-a com linhas, em quadrinhos. Peça a criança para desenhar a história que ouviu, como se fosse uma história em quadrinhos, colocando as seuquencias de cenas/ acontecimentos. Você pode dividir a folha em quantas partes você achar adequado para o texto que foi escolhido.
Segue um exemplo que eu fiz com uma criança.
Desenho que a criança fez a partir da história.
Usei o livro: "A nuvem" de Lúcia Pimentel Góes.

2 de novembro de 2011

A percepção de tempo

Estava lendo um capítulo do Livro "Autismo infantil" sobre a noção de tempo e temporalidade no autista. O conteúdo de todo capítulo é interessante mas uma frase me chamou mais atenção ali: "A noção de tempo se dá pelas nossas vivências".
Minhas vivências (é verdade!), fazem o tempo parecer que passou mais rápido ou mais devagar... e com toda certeza isso é assim com você também.
Por isso pensei nos autistas com as suas estereotipias e a ociosidade que eles podem enfrentar nos seus dias. Será que o tempo está passando para eles? Será que é isso que eles querem?
Bom, voltando ao conhecimento técnico científico... Diante da afirmativa de que a percepção de tempo se dá através das vivências, é preciso perceber que uma rotina bem delimitada realmente conforta.
Temos que demarcar muito bem os acontecimentos para os autistas. Não estou falando de trabalhar os conceitos de passado-presente-futuro, não! O que quero mostrar é que, é fundamental permitir que a criança perceba a finitude dos fatos e além disso, entender que 2 fatos não ocorrem ao mesmo tempo. Os fatos seguem um após o outro, conforme a expressão tão repetida: primeiro-isso-e-depois-aquilo.
Várias características autísticas podem ser também interpretadas como uma noção de tempo incerta, como: - Dificuldade em lidar com a alteração na rotina, o que torna tudo tão incerto e inseguro. Alterações exigem que a criança elabore um "plano B", sem que ela tenha condições para isso. - Estereotipias para o isolamento. Aos olhos de quem vê a criança, os comportamentos repetitivos parecem deixar a criança numa "era sem fim".
Além disso é frequente os pais de crianças com Síndrome de Asperger, relatarem que seus filhos "perdem a noção do tempo" quando se envolvem em atividades de grande interesse. E não é raro perceber no discursos de adolescentes com SA, a dificuldade de elaborar os planos para o futuro.
Tempo.
É preciso que os pais comece a se atentar mais aos conceitos subjetivos, eles podem dar dicas de onde está a dificuldade da criança e da melhor forma de ajudá-los.
Está tudo interligado entre tempo, linguagem e imaginação.
Enfim, a primeira ordem é: rotina previsível.

30 de outubro de 2011

Contar histórias para ajudar na expressão escrita

Além de ser sempre vinculada a um momento prazeroso e que desperta curiosidade, a contação de história pode auxiliar na expressão escrita.

Não é só ler que ajuda a criança a escrever, ouvir é fundamental.

Ao ouvir histórias lidas ou contadas por um adulto, a criança aprende a:

*Perceber a oralidade.

*Entender organização temporal de acontecimentos.

*Acostumar-se com um modelo de comunicação com coerência.

*Compreender que fatos podem ser registrados.

*Ter capacidade dedutiva.

*Obter prazer pela prática da leitura e/ou estudos.

*Identificar conceitos e temas principais de um texto.

*Aumentar o vocabulário.

*Sintetizar idéias a partir das vivências com diferentes títulos dos textos.

*Aprimorar os gostos e preferências literárias.

*Associar o conteúdo escrito com dramatizações.

*Compreender que expressões faciais de quem conta a história, estão representadas por sinais de pontuação.

*Entender o intuito do autor mais facilmente.

*Vivenciar o real e o imaginário.

*Assimilar os conceitos de parágrafos, com as pausas feitas durante a história.

Não se limite apenas à história, aproveite o momento e seja criativo!

14 de outubro de 2011

Curso de autismo na UFF

Curso de autismo na UFF
Módulos I e II
Influência das relações sociais na comunicação da criança com autismo
Palestrantes:
Priscila Felix
Fonoaudióloga - Pesquisadora do projeto ADACA (UFF)
Vera Caminha
Prof. Dra da UFF - Coordenadora do projeto e pesquisa ADACA (UFF)
Inscrições gratuitas: www.icex.uff.br/inscricao
Dia 20 e 21 de Outubro
9:00 às 11:00

Palestra na Cruz Vermelha - Autismo

Recursos audiovisuais para crianças
Dia 19 de Outubro de 2011
às 20:00 h
Inscrições gratuitas pelo telefone: 3342-8552
Na palestra será apresentado o MeaVox (sistema de comunicação alternativa no celular usando o modelo touch screen - desenvolvido pela UFF)
ADACA - Ambiente digital de aprendizagem para crianças autistas

21 de agosto de 2011

Estimule a fala e linguagem em desenvolvimento

Quando vc conversa com seu filho vc dá continuidade ao que ele diz ou vc espera que ele fale cada vez mais?
As primeiras palavras de uma criança surgem por volta de um ano de idade. São palavras isoladas mas que querem revelar muitas coisas.
Uma palavrinha como "neném", pode ser dita por vários motivos: mostrar, compartilhar um interesse, pedir um boneco... E é neste instante que os pais, muitas vezes, perdem a , oportunidade de estimular. Como?
Quando a criança fala a palavra geralmente o adulto confirma o que a criança falou e diz: "É!! O neném". Logo depois ele dá o boneco para a criança. Na esperança e empolgação de ver a criança pronunciar as pprimeiras palavras, o adulto pede para a criança repetir várias vezes o que ela disse e faz perguntas: "o que é isso" e acriança diz neném.
Eu entendo que o adulto atendeu um pedido ao entregar o boneco ou confirmou para a criança que ela foi entendida, ou demonsgtrou muiita alegria ao ver a criança falar. Isso tudo é muito importante!!! faça isso também, mas não só isso, ok?
É preciso expandir a conversa, somente repetir o que a criança diz não ensina novas palavras, não dá continuidade ao diálogo.
O diálogo é parte fundamental das interações sociais e comunicativas. Abrange o desenvolvimento de lingaugem, a construção de frases e o aumento de vocabulário.
A criança ainda fala pouco mas entende muita coisa, por isso os pais têm o papel de mostrar novas palavras que podem ser reproduzidas. Expanda o diálogo!
Aqui vão algumas dicas para expandir o diálogo:
Se a criança disse uma palavra é porque ela já sabe esta palavra. Não repita. Insira a palavra numa frase curta com alguma informação adicional. - Neném.

- É! O neném é da Ana.

... Diminua o número de perguntas do tipo "o que é isso?", quando criança já aprendeu a palavra. Comece a fazer perguntas simples usando a mesma palavra (que ela já sabe) ou dê comandos adicionando palavras novas (que ela deve apprender).

- Que bonito! Tira o neném da caixa!

...

Incentive o faz de conta, que é uma brincadeira que estimula linguagem e permite muito diálogo.

- Faça o neném dormir.

- Coloque o neném na cama.

...

Adicione palavras fáceis de repetir ou sons onomatopáicos.

- O neném ri. Hahaha

...

Trabalhe os turnos do diálogo (uma vez a criança e outra vc). Fale uma coisa de cada vez, permita respostas. Não dê várias informações ao mesmo tempo. A linguagem da criança está em construção e quando vc usa muitas palavras que a criança não conhece, a comunicação é rompida.

Se vc aumenta o que a criança compreende, vc dá muito mais possibilidades para que a criança se expresse.

Boa conversa!!!

11 de março de 2011

Um pouquinho sobre a WISC-R

A Wisc-R pertence à série de escalas para a medida da inteligência elaborada por Wechler. É considerada um dos testes mais legítimos para avaliação das potencialidades intelectivas, entre 6 e os 16 anos, e um instrumento clínico e diagnóstico válido também para a avaliação educativa, das habilidades de aprendizagem e de outras habilidades. A WISC-R compreende 12 provas - 6 pertencentes a escala verbal e 6 à escala de performance. A escala verbal avalia a capacidade de resolver problemas cognitivos propostos em forma verbal e é composta pelos subtestes:
  • informação
  • semelhanças
  • aritmética
  • vocabulário
  • compreensão
  • memória de algarismos
A escala de performance, ao contrário, avalia a habilidade de resolução de problemas cognitivos propostos de maneira visível mediante objetos ou figuras, e é composta dos seguintes subtestes:
  • completar figuras
  • arranjo de figuras
  • armar objetos
  • códigos
  • cubos
  • procurar símbolos
  • labitintos
Quando as crianças apresentam graves distúrbios de linguagem, chegando até mesmo à sua ausência, são usadas outras escalas, completamente não verbais.
Bibliografia: Marcheschi, M., Panner, P., Retardo mental - uma deficiência a ser compreendida. Ed Paulinas, 2008
(Capítulo 5)
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Algumas pessoas acreditam que tais testes sejam rótulos.
Eu, Priscila, discordo. Não acho que é rótulo e nem rotulo ninguém a partir de um teste.
Tenho vários argumentos e sentimentos acerca disto:
Eu uso o diagnóstico apenas para nortear o meu trabalho. Gosto de trabalhar sabendo "onde estou e para onde vou".
Lido com crianças, e as suas famílias, olhando a diferença que ali existe, apenas, como um modo de ser. Respeito isso.
Rótulos só atrapalham!
É difícil entender porque as pessoas rotulam... Na tentativa de compreender, só me resta imaginar que o rótulo pode surgir diante dos olhos do NÃO especialista. Quem adquire conhecimentos se conscientiza e por isso não rotula ninguém.
Hoje, temos muitas informações e pesquisas científicas. Todo esse conhecimento científico está aí, para que a gente tenha discernimento e para usá-lo no tratamento da criança, em prol dela.
Digo a quem rotula: Tenha cuidado! O rótulo pode ser um mau uso do conhecimento.

2 de fevereiro de 2011

Palestra - Autismo: Comunicação e Linguagem

Vamos recomeçar nossas atividades!

Autismo: Comunicação e Linguagem

Priscila Felix Fonoaudióloga Clínica da Linguagem Infantil Dia: 22 de Fevereiro de 2011 Horário: às 19:00 h Local: Shopping 33, Torre II, sala 806 Investimento: R$ 20,00 por pessoa Inscrições: fonofelix@gamail.com Até lá!