29 de janeiro de 2010

As consequencias do rótulo

Os professores não querem ser rotulados
“Recentemente, quando estava a leccionar um curso sobre testes e medidas na Universidade de Kent State, decidi aplicar um teste de inteligência colectivo na aula. Quis que os alunos «sentissem» como era fazer um teste e compreendessem que aqueles itens eram usados para medir inteligência. Também pensei que talvez ficassem mais cientes do pouco tempo que demora obter um número que é considerado por muitos educadores de uma importância extrema. Foi dito aos alunos que não escrevessem os seus nomes nos testes, mas que, em vez disso, utilizassem um código, como o número da casa onde viviam, medidas físicas ou qualquer símbolo menos óbvio. Expliquei-lhes que realmente não tinha fé nos resultados de QI; e portanto, não queria saber os seus resultados de QI.
A aplicação do teste só demorava 50 minutos. Parece que os alunos gostaram de o fazer e riram-se de algumas das tarefas que tinham de realizar. Eu próprio me ri quando vi alguns deles a olharem para as mãos e para os pés enquanto respondiam aos itens relativos à direita e à esquerda.
Ao cotar os testes verifiquei que o nível de QI mais baixo era de 87 e o mais alto de 143. O resultado médio de QI para os 48 alunos foi de 117. Não fiquei espantado com o 87, embora tivessem completado com êxito os cursos de educação geral e de ensino na Universidade de Kent State e estivessem prestes a licenciar-se no final daquele semestre. Ao fim e ao cabo, os testes de QI têm muitas limitações.
Tive, então, uma ideia. Decidi preparar um relatório para cada aluno, onde escrevia o seu código no seu exterior e «QI=87» no interior de cada relatório. Dobrei e agrafei cada relatório; afinal, um QI é uma informação confidencial.
Na aula seguinte empilhei os relatórios dobrados numa secretária na parte da frente da sala. Escrevi a variação e a média do QI no quadro. Muitos dos estudantes deram gargalhadas ao pensar que alguém tinha obtido 87. Os alunos ficaram impacientes e ansiosos à medida que lhes ia explicando o procedimento a terem com os seus relatórios. Fiz questão em lhes dizerem para não contarem aos outros o seu resultado de QI, porque isso faria com que a outra pessoa sentisse que também teria de divulgar este «dote global». Depois dei instruções aos alunos para irem até à secretária, uma fila de cada vez, e para procurar a folha com o seu código. Fiquei acanhadamente quieto, com vontade de rir às gargalhadas, enquanto observava os alunos a abrirem as suas folhas e lerem «QI=87». Muitos abriram, espantados, as bocas e a seguir sorriram para os amigos fingindo mostrar que estavam muito contentes com o seu resultado. Houve um silêncio absoluto quando comecei a discutir as implicações dos resultados de QI. Expliquei-lhes que em alguns estados norte-americanos uma pessoa que tem QI inferior a 90 é classificada como alguém com dificuldades de aprendizagem. Acentuei o facto de que um teste de inteligência colectivo não deve ser utilizado para fazer uma classificação deste tipo. Também dei ênfase ao facto de que alguém naquela aula poderia ter sido classificado como tendo dificuldades de aprendizagem e poderia ter sido colocado numa classe especial com base no resultado daquele teste.
Contei-lhes a forma como muitos conselheiros vocacionais teriam desencorajado um aluno destes a frequentar a faculdade. Mais uma vez realcei o facto de que uma pessoa naquela turma estaria prestes a tirar a sua licenciatura, tendo passado a várias disciplinas de História, Biologia, Inglês e muitas outras áreas.
Em seguida, expliquei-lhes que a maioria dos professores do ensino básico acreditam no agrupamento por capacidades. Este, normalmente, é feito com base em testes de inteligência e que, por isso, gostaria de experimentar grupos de capacidades naquela aula para ver, mais uma vez, «como é que eles se sentiriam». Alguns alunos refilaram logo, dizendo que «eu é que tinha dito que não queria saber os seus resultados de QI».
Acalmei-os explicando que seria uma experiência de aprendizagem valiosa e assegurei-lhes que realmente não acreditava em resultados de QI.
Disse aos alunos para não se levantarem naquele momento, mas que gostaria que todos aqueles que tinham obtido um QI abaixo de 90 viessem para a parte da frente da sala para estarem mais perto de mim, de modo a que eu pudesse aconselhá-los individualmente. Pedi aos alunos que tinham um QI médio (entre 90-109) para irem para trás e se sentarem a meio da sala. Foi pedido aos alunos com um QI médio que se deslocassem para um dos lados da sala e se sentassem na parte de trás da sala porque, de facto, não precisavam de ajuda extra. «OK, todos os que têm Qis abaixo de 90 venham para a frente.» Os alunos olhavam à sua volta para verem quem é que tinha um resultado abaixo de 90. Eu disse que sabia que havia um 87 e talvez dois 89. De novo fez-se silêncio absoluto.
«Ok, todos os alunos cujo QI se situa entre 90-109, desloquem-se para a parte de trás.» Logo, e para meu espanto, 8 ou 10 alunos pegaram nos seus livros e dirigiram-se para a retaguarda. Antes que pudessem lá chegar, anunciei: «Esperem! Sentem-se! Não vos quero embaraçar, vocês iriam mentir e fazer batota, do mesmo modo que fazem os nossos alunos mentir e fazer batota, porque vocês não querem ser classificados como «lentos». Eu escrevi «QI=87» em todas as folhas!
A turma explodiu. Houve reboliço durante cinco minutos. Algumas das mulheres choraram. Algumas disseram que precisavam de ir para a sala de descanso. Todos concordaram que tinha sido uma experiência horrível mas simultaneamente valiosa.
Pedi-lhes, então, que me fizessem um favor: «Se faz favor não rotulem crianças. Porque somos todos “dotados”, “médios” e “lentos”, dependendo das tarefas que temos de fazer». Eles prometeram.”
Harry W. Forgan Phi Delta Kappan, Setembro de 1973
Realmente, a data do texto é o que o torna ainda mais interessante!!

27 de janeiro de 2010

O assunto é Autismo

"É fácil dizer que o autista não se coloca no lugar do outro, difícil é se colocar no lugar do autista" (Alexandre Mapurunga) Quando li a frase acima, fiquei sem palavras mas os sentimentos tomaram conta de mim... Coloca em palavras resumidas uma série de coisas, que com toda certeza, já pensamos e sentimos. Nunca tinha lido, pode ser que você também não, mas afirmo que nós duas já vimos o teor desta frase em vários olhares e situações... Se as pessoas se vangloriam tanto por saberem "se-colocar-no-lugar-do-outro", por que será que ainda existe tanta dificuldade para lidar com as diferenças no mundo? Opa! Existe alguma deficiência aí, e neste caso, a deficiência NÃO está no autista...
Uma vez eu disse que "gosto de me envolver com quem me envolve". E sem dúvidas, as crianças que eu trato me envolvem, me fazem pensar e buscar; não só em livros, mas buscar também dentro de mim. Até nisto elas são especiais!
Acabo pensando várias coisas: diversidade, inclusão... Concluo que: não deveria ser preciso discursar sobre nada disso... Se a sociedade realmente soubesse "se-colocar-no-lugar-do-outro", a inclusão e a aceitação da diferença seria um processo NATURAL. Vivemos no mesmo mundo... É preciso saber perceber isso! No mesmo Blog que li a frase em questão, uma senhora chamada Isabel Barbosa comentou de forma acertada: "A diferença está na igualdade". Admito que o caminho é longo pra cada um de nós, imagine para uma sociedade inteira. Mas para ser sincera, quero me sentir caminhando... mesmo lentamente. É um caminho possível. Parabéns Alexandre! ___________________________________________________ A frase acima foi lida no Blog: http://gritodemudanca.blospot.com/ O autor, Alexandre Mapurunga, também tem um Blog; http://inclusaoediversidade.blogspot.com/

11 de janeiro de 2010

Autismo e Neurônios Espelho

Uma descoberta relativamente recente mostrou que os seres humanos têm um grupo de neurônios muito perspicazes, flexíveis e altamente evoluídos. Eles são chamados de Neurônios Espelho. Estes neurônios começaram a explicar, de forma, biológica as nossas habilidades sociais tão sofisticadas e como se dá o aprendizado de hábitos culturais. Por isso ganhamos conhecimentos em relação ao AUTISMO e outros Transtornos Invasivos. Alguns cientistas acreditam que o autismo pode estar relacionado a Neurônios Espelho malformados. Um outro estudo, mais recente afirma que crianças autistas têm atividade menor dos neurônios-espelhos. É exatamente por isso que eu resolvi escrever sobre o que são os Neurônios Espelho aqui no Blog. Meu intuito é tentar explicar, de forma simples, o valor desta descoberta, pois ela pode ser uma explicação rica sobre o aprendizado do comportamento humano. Como agem os Neurônios Espelho? Agem como se fossem um “espelho”. Ensaiam ou imitam mentalmente toda ação observada no outro. Por exemplo: Se você vê alguém se mexendo, vc automaticamente simula esta ação no seu cérebro, já que conhece os movimentos vistos. Vc só não se mexe porque alguns circuitos cerebrais o inibem de se mover. Além disso, os Neurônios Espelhos são capazes de analisar situações e interpretar as intenções dos outros. Por exemplo: A gente sabe diferenciar as expressões faciais. A gente sabe o que é “cara de bravo”, “cara de indiferença”, “cara de alegre”. E nunca ninguém parou para nos explicar isso! Outra característica é que os neurônios Espelho permitem que a gente se coloque no lugar do outro. Marco Iacoboni, neurocientista da UCLA, explica: "Se você me vê emocionalmente aflito por ter perdido alguma coisa, os neurônios-espelho do seu cérebro simulam minha aflição. Automaticamente, você sente empatia por mim porque, literalmente, sente o que estou sentindo.” Desta forma, o cérebro humano permite que a gente compreenda, não só as ações dos outros, mas também as intenções, o significado social do comportamento e as emoções. Aproveito para ressaltar: 1. Se a gente ensaia mentalmente tudo que vemos, é melhor não deixar nossas crianças assistirem a filmes de violência e nem jogar games agressivos. Crianças estão aprendendo tudo! 2. A imitação tem um grande valor no processo de avaliação e até no planejamento terapêutico de um autista. Vc sabe como os Neurônios Espelho foram descobertos? Olhe só que história interessante!!! Em 1996, um macaco esperava em um laboratório que os pesquisadores voltassem do almoço. Ele estava com delicados eletrodos na cabeça que captavam informações sobre os atos motores. Eis que... De repente, entra um estagiário com uma casquinha de sorvete na mão... O macaco olhou fixamente para ele e, em seguida, algo espantoso aconteceu: Quando o estagiário levou o sorvete à boca, o monitor soou. Opa! Mas o macaco não estava parado.... O estagiário voltou a tomar o seu sorvete e.... O monitor soou de novo e apontou movimentos nos músculos da mastigação! Era como se o macaco estivesse se movimentando junto com o estagiário! Mas o macaco continuava parado, estava apenas observando... Plim! Plim! Os cientistas resolveram mudar os rumos da pesquisa e descobriram que havia neurônios responsáveis por imitar mentalmente tudo o que vemos. Batizaram estes neurônios de Neurônios Espelho! Incrível!! Acredite, mas alguns cientistas ousam a dizer que “essas células irão fazer pela psicologia o que o DNA fez pela biologia”. O lado ruim disso tudo é: Até agora, ninguém citou o nome do coitado do estagiário!! (rs) Para saber mais: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/a_imitacao_pode_curar.html

8 de janeiro de 2010

Troca surda/sonora no Enem

Acho que todo mundo já começou a receber e-mails com as “Pérolas do Enem”. A maior parte das frases divulgadas são relacionadas a confusão entre as palavras parecidas como: estalaram ao invés de instalaram. Ok. No meio de tantas frases, uma me chamou atenção. "Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia". A frase pode causar risos devido o significado... Mas o fato é: na palavra "fezes" a pessoa trocou v por f, ela queria escrever "vezes". E, isto é chamado de "Troca surda/sonora". O que é Troca surda/sonora? É um tipo de erro ortográfico, mas com uma importância muito maior do que os demais erros. Quando uma criança está na alfabetização, é natural que ela troque uma série de letras. Entretanto, se uma troca surda/sonora começar a acontecer, é preciso indicá-la diretamente para o Fonoaudiólogo. A Troca surda/sonora não deve esperar. Não passa com o tempo. Não é fase! Na alfabetização podemos reconsiderar os erros ortográficos, exceto a troca surda/sonora. Os pares de sons associados à troca surda/sonora são: /p//b/, /t//d/, /f//v/, /s//z/, /∫//j/, /k//g/. Para você entender melhor, vamos fazer uma brincadeira: Quando vc não está ouvindo uma pessoa direito, a primeira coisa que vc faz é olhar para a sua boca com o intuito de fazer uma leitura labial. Certo? Agora, se eu apenas articular (sem som!!!!) as palavras: faca – vaca, vc não saberá qual eu disse primeiro. Tente fazer isso com uma pessoa que está aí do seu lado. Viu só!! Neste caso, se vc não ouve o som, os lábios não vão te dar a pista, pois a articulação é a mesma, somente a sonoridade é diferente. Resultado: Na hora de escrever a criança se confunde, pois não sabe qual a letra que representa aquele som. É preciso sanar a origem do problema, senão, a criança cresce sem uma boa representação de som/letra. (grafema/fonema) Mas quais são os problemas que podem estar vinculados à esta troca? Alterações no Processamento Auditivo, alterações nos processos de Atenção, diminuição da acuidade auditiva e Dislexia. È preciso uma avaliação da criança. Preste bem atenção nas trocas surdas/sonoras, senão elas podem chegar ao Enem!

Use livros sem texto

Vc deve estar se perguntando: - Livros sem texto??? Sim, é isso mesmo! Estimule a linguagem da criança com livros que só têm figuras! Confesso que estes livros não são fáceis de achar nas livrarias, mas vele a pena procurá-los! São divertidos e criativos. Além disso, desenvolvem o potencial de linguagem da criança, que transforma imagens em palavras. Tendo o adulto como mediador na atividade proporciona vários ganhos, como: * Vivenciar histórias de forma lúdica. * Desenvolver o gosto por livros e leitura. * Aumentar o próprio vocabulário. * Desenvolver a noção de narrativa (começo-meio-fim). * Favorecer a organização de pensamento em frases e fatos * Usar a imaginação * Ter criatividade com a linguagem verbal. * Fazer inferências. Mas por que usar livros sem texto? Para explorar a linguagem. Porque é uma prévia da leitura convencional. A leitura escrita envolve a percepção de detalhes, a memória, a compreensão e principalmente as inferências (capacidade de prever um fato ou uma conseqüência devido a experiência adquirida).Então, com livros sem texto usamos esses mesmos recursos para interpretar as figuras, principalmente se elas estiverem na seqüência de um contexto. Além disso, estaremos explorando a imaginação infantil tão dinâmica e criativa. Dicas para desenvolver a atividade: * Deixe espaço para que a criança possa criar. Não faça a história por ela. Não se preocupe com o tempo da atividade e sim com a qualidade. A atividade deve ser prazerosa. * Observe figura por figura. Analise-a. Comete sobre o período do dia, personagens e expressões faciais, local em que estão etc. * Induza a criança a ter inferências a partir das figuras. Ex.: O que será que vai acontecer? Por quê? * Analise as previsões que foram feitas. Elogie os acertos. Caso a criança não tenha acertado o contexto da figura seguinte, use frases do tipo: Quem diria, nós nem imaginamos isso, não é mesmo? Que surpresa !! * Explore detalhes diferentes: paisagem, roupas etc... * Antes de trabalhar a última figura, explore a conclusão. Relembre fatos relevantes para a criança a imaginar o tipo de final que a história terá. * Explore a “moral da história”. * Tente transferir os acontecimentos da história para a vida da criança. Ex.: O que você faria se fosse o “personagem”? ou...Você já viu um animal como este? Quando? * Incentive a criança a fazer uma narrativa com os detalhes enfatizados por vocês. Crie um título para a história, nomes pra os personagens. * Incentive a criança a recontar a história (sozinha) sem o auxílio do livro. Ela pode recontar para vc ou para outras pessoas. Deixe-a folhear o livro novamente, se for necessário lembrar algum fato importante. * Se vc quiser, vc pode escrever a história inventada pela criança em formato de livro, coloque-a como autora. Ela vai adorar! Use a sua imaginação e faça esse momento interessante para você e para a criança!!!

7 de janeiro de 2010

Otite e Linguagem

A audição desempenha um papel importante no desenvolvimento lingüístico da criança. Integra o ser humano na sociedade e o coloca em contato com o mundo repleto de sons e significados. A criança com perda auditiva sofre privações sérias e as conseqüências são de acordo com o tipo de deficiência. Existem perdas auditivas reversíveis e irreversíveis. Os problemas mais comuns em crianças, de caráter reversível, são as OTITES (inflamações). As OTITES são classificadas como perdas auditivas condutivas, ou seja, elas prejudicam a adequada transmissão das ondas sonoras. Dessa forma, nossa audição não desempenha seu bem o seu papel, pois fica mais difícil discriminar, localizar, integrar e compreender os sons vindos do ambiente.

O que as otites podem causar?

  • Problemas no desenvolvimento da fala e da linguagem como por exemplo demora na aquisição de linguagem e trocas persistentes na fala;
  • Problemas na escrita, trocas persistentes de letras, já que a criança facilmente se confunde com sons parecidos;
  • A criança demonstra ser distraída e desatenta até mesmo em sala de aula;
  • É preciso fazer um exame auditivo e uma avaliação otorrinolaringológicao, depois o médico prescreve uma medicação pertinente para a criança.
  • Quais as possíveis complicações caso as OTITES não sejam tratadas adequadamente?
  • Os problemas anteriormente citados, se agravam ainda mais, e geralmente há a necessidade de tratamento fonoaudiológico para a correção dos padrões inadequados relativos a comunicação;
  • As OTITES de repetição, podem acarretar uma Desordem do Processamento Auditivo, já que a criança teve a ``experiência acústica`` diminuída. As conseqüências podem prejudicar as habilidades comunicativas na idade pré-escolar e/ou durante a vida acadêmica.
  • Em casos muito graves, a OTITE pode evoluir para quadro de meningite.

O exame auditivo é o método mais rápido e eficaz para detectar as OTITES.

Cuidado, a otite nem sempre está acompanhada de febre!

Atraso de Linguagem

Crianças com Atraso de Linguagem
A melhor maneira de uma criança aprender a falar é convivendo com um mundo onde todos falam. A melhor maneira dela aprender sobre coisas do mundo é fazendo-a interagir com o ambiente que a cerca. A criança deve conseguir estabelecer relações entre objetos e fatos, construindo assim seu conhecimento a respeito do meio que a cerca. Se a criança ainda não consegue se expressar oralmente, ela terá que ser ensinada por você a aprender a explorar o mundo e a saber como interagir nele através da linguagem. Para ajudar as crianças que ainda não falam, procure seguir algumas dicas durante as brincadeiras e situações cotidianas:
  • Use frases curtas e palavras de fácil compreensão para a criança. Garanta uma plena compreensão para só depois exigir um expressão oral. Vc já parou para pensar na época que vc começou a aprender inglês? Num determinado momento vc entendia tudo que era dito mas não sabia formar nenhuma frase, não é mesmo? Então, com a criança é a mesma coisa, primeiro ela compreende para depois começar a se expressar.
  • Aguarde, observe e as intenções que a criança está manifestando. Dê oportunidade e tempo para estas manifestações e procure não agir antes dela.
  • Mantenha a proximidade física e o contato face a face. abaixe-se para ficar de frente para a criança.
  • Dê nome aos objetos e as ações realizadas. Não dê apelidos às pessoas e/ou objetos, e não repita os "apelidos" que a criança inventa para denominar o que está ao seu redor.
  • Dê valor às brincadeiras de imitação e faz de conta.
  • Crie pequenos problemas cujas soluções são atos comunicativos. Por exemplo: Dê o copo, mas não coloque o suco. Espere que a criança peça. ou... Se a criança apontar para a bola, dê a boneca. Veja a reação dela.
  • Proporcione convívio com os outros grupos sociais, como por exemplo, escolas, clubes, parques, etc...
  • Tenha brinquedos apropriados para a idade da criança e que favoreçam as interações.
  • Conte histórias curtas. Utilize livros com figuras bem representativas. Procure a opinião de um fonoaudiólogo, caso a criança esteja apresentando dificuldades. Sabe-se, através de estudos, que o atraso de linguagem oral pode ter desdobramentos mais tarde na aprendizagem. A prevenção é o ideal. Se a criança for muito novinha, nem sempre é preciso um tratamento sistemático. Neste caso, poderá ser feito um acompanhamento (de tempos em tempos). Tudo depende das características do quadro. Cada caso é um caso, como diria o ditado, mas orientação é fundamental!! Brinque bastante com a criança e divirta-se! Há algum tempo, os estudos sobre prevenção dos problems de leitura e escrita se intensificaram. Hoje, a proposta de prevenção é baseada na estimulação da Consciência Fonológica e Habilidades Auditivas. Já em 1988 a fonoaudióloga Regina Cupello publicou um livro de título autoexplicativo "O atraso de linguagem como fator causal dos distúrbios de aprendizagem".